Aquela falta de idéias próprias

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Falta de idéias próprias é a doença de novas gerações. No século XXI então, nem se fala. Primeiro porque, após mais de 2000 anos de humanidade, fica cada vez mais difícil pensar algo extremamente novo. Segundo porque ninguém quer saber das suas idéias.

Existe uma grande diferença entre pensar e chegar a uma conclusão por si só e "absorvê-las" de outros. O problema é que dificilmente percebe-se essa diferença. Acaba que cada um é uma grande quantidade de idéias roubadas perambulando por aí. Roubamos elas de um livro, um programa de tv, uma conversa, um filme (...). Readaptamos e acreditamos fielmente que chegamos a este final sozinhos, as reproduzimos como de autoria própria. E isso acontesse tantas e tantas vezes que, se algum dia for algo novo, que você "pensou sozinho", nem será percebido.

Até o tema deste post nada mais é que a adptação de outras. Há um bom tempo atrás li "A Arte de Escrever" de Schopenhauer. Para ele a "Leitura não passa de um substitudo do pensamento próprio". Um livro que critica ferozmente aquele que lê em demasia.

"Ah, essa pessoa deve ter pensado muito pouco para poder ter lido tanto!". (Schopenhauer)

Porém, outro problema que enfrentamos nesta carência de idéias próprias é necessidade de ter nome para ter idéias, ou elas não valem nada. É simples, você pode falar a mesma frase para as pessoas, em um caso dizer que é sua, no outro dizer que é de Einstein. Você defendê-la sozinho não valerá nada, mas quem vai discutir com Einstein?
Meu professor de redação recomendava, se puder citar alguém em seu texto, o faça. Assim você não começa seu parágrafo sozinho, é você e Einstein.

Fica a dúvida. Pensar por si só ou encher a cabeça oca de pensamentos alheios?

"A peruca é o símbolo mais apropiado para o erudito puro. Trata-se de homens que adornam a cabeça com uma rica massa de cabelo alheio porque carecem de cabelos próprios". (Schopenhauer)


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