Aquele Saldo

Zero, somam três ficam três, com cinco ficam oito, mais dois, dez, tira três, tira doze, soma vinte, tira quatorze.
Chega uma hora e você precisa fazer as contas. Seja o troco da passagem de ônibus, o saldo da conta bancária, o planejamento do próximo ano. Daí você vê que sua vida são números, e que você, que nunca gostou lá muito da matemática, estranha isso. E o saldo?
Saldo positivo do ano seria não gastar todo o décimo terceiro. Mas uma vez era apenas somar as quatro notas e ficar com mais de sete na média simples. Saudades quinta série, onde a matemática tinha este nome e eram quatro aulas por semana. Só.
Você chega nos vinte-e-três, no dois-mil-e-quatorze, no apartamento duzentos-e-oito, depois de passar por tantos (vinte? duzentos? dois mil?) outros numerais, e casas decimais. Seria poética, não fosse tão prática esta matemática.
Se eu fosse parametrizar os pontos da minha vida, para chegar no saldo final, tenho medo que este fosse negativo. Mas daí a lógica, a matemática, se perde. Como quantificar vinte e três anos, sem ser em anos, meses, dias, horas, minutos, segundos...?
Talvez fosse mais fácil se pudesse tirar um extrato, com saldo, de tudo o que você já passou. Daí era só ver o numero, estudar as variáveis, re-planejar e você já saberia em quanto tempo, quanto o seu saldo poderia chegar.
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Aquela Mãe

Estive avaliando as postagens deste blog empoeirado, relendo alguns comentários, lembrando o porquê escrevi alguns textos, e minha mãe ligou. Foi nesta hora que eu percebi que essa pessoa que fez e faz parte da minha vida diária, a pessoa a quem eu conto tudo, a pessoa que me conta tudo, a quem eu reclamo das coisas e a primeira que eu ligo para dar uma boa notícia, não estava ali nas minhas postagens. Talvez porque não exista AQUELA Mãe, só existe esta, só existe ela.
Hoje não é dia das mães, não é 16 de novembro, não é natal. Hoje é o segundo dia do mês de Julho e pareceu-me um belo dia para abrir esta página e escrever mais uma vez: amo você, Marli.
Estas cinco letras sempre significaram "mãe" para mim.

Que estas letrinhas jogadas em mais uma página na internet compensem por um dia das mães, ou um aniversário, que eu não pude abraçá-la.

Aquela Biblioteca

Perco-me na sociedade da Inglaterra do século dezenove. Iludo-me com as palavras de Jane Austen.
Divago no suspense de Poe e sofro com a tragédia de Shakespeare.
E ao dissecar a insensibilidade sensível do ser humano, lembro-me do pobre rouxinol.
Passo pela Terra Média, por Hogwarts e pelo País das Maravilhas.
Volto à América de Poe e passo para Dylan a minha atenção.
(em Biblioteca da Bruna)